A difícil missão de Rogério Cruz, Vilmar Mariano e Izaura Cardoso, que dependem deles mesmos

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Cada um a seu modo, os pré-candidatos à reeleição Rogério Cruz (Solidariedade), em Goiânia, e Vilmar Mariano (União Brasil), em Aparecida, chegaram ao final do período da janela partidária, a três meses das convenções e cinco das eleições, com a mesma espada sobre a cabeça: continuam vivos, mas… e agora? Izaura Cardoso (PSD), pré-candidata em Senador Canedo, também ganha tempo, e se pergunta a mesmíssima coisa.

Os três lidam com situação igual: dependem deles, e isso é mais um problema do que uma solução. Para Izaura, a vida está mais complicada. Ela só é candidata por causa do marido, Vanderlan Cardoso, senador e ex-prefeito da cidade, onde tem indústria.

Mas, agora, depende do que ele vai fazer para viabilizar sua própria pré-candidatura a prefeito de Goiânia, depois de tentar reaproximação com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), e ver seu amigo e cabo eleitoral Sandro Mabel virar adversário, como candidato do UB.

Dependendo da mexida, Vanderlan vira candidato e ela, não; ou o contrário; ou segue tudo ao mesmo tempo, com ambos nas disputas pelas vizinhas cidades. Por ora, ela segue em campanha e ele, idem. O discurso é de que nada mudou, apesar de ter mudado bastante o cenário antes muito positivo aos dois.

Vanderlan, líder nas pesquisas, está emparedado. Pode ter o governo estadual contra ele na Capital e em Canedo. O prefeito Fernando Pellozo, que elegeu, se rebelou e hoje é candidato adversário à reeleição.

Fazer campanha nessas condições não é o melhor dos mundos. Pesa a indefinição. Pesa contra o discurso de que vai dar em nada, está fragilizada etc. Como pesa sobre o marido. Vanderlan levou um baque, quase perdeu o chão, mas permanece vivo.

Ele tem opções e experiência para construir a sua candidatura. Normalmente, nessa fase, ele manda bem. Em campanhas passadas, chegou fortalecido à campanha. Seus problemas costumam pesar contra depois, na campanha. Perde para si mesmo, como se diz. Perde.

A incógnita agora é Izaura. O que ela vai fazer, inclusive em relação aos interesses de Vanderlan. Ela vinha bem, construindo uma candidatura real. De repente, seu futuro político ficou virtual. E se Izaura depende dela e do marido, Rogério Cruz e Vilmar Mariano vivem momento igualmente tenso por razões um tanto diferentes.

Para garantir suas candidaturas, dependem só deles, e é aí que as coisas desandam. Vilmar está há dois anos na prefeitura, e Rogério, há mais de três. Se não conseguiram se viabilizar até agora, o que garante que vão conseguir tal feito até as convenções?

Vilmar marcou ponto ao conseguir mais dois meses de prazo para se mostrar capaz de ir à reeleição. Terminado o prazo sem mostrar resultado, entra em campo Leandro Vilela. Leandro, com prazo regulamentar de cerca de dois meses para se apresentar e vencer Professor Alcides, já em campo. Impossível não é, dirão os governistas.

Uma negociação em que os governistas comemoram ter armado uma arapuca para Vilmar, filiando-o ao partido do governador, e Vilmar comemora ter dado a volta por cima, já que sem o governo não teria chance e em dois meses se consolida independente dos resultados.

Em síntese: Vilmar estava basicamente fora do jogo, e os governistas, que já queriam lançar Leandro Vilela – aproveitando o bom conceito que o sobrenome Vilela tem no município, por conta das boas gestões do parente Maguito Vilela prefeito -, terão de esperar mais dois meses contando que Vilmar cumprirá pacificamente o combinado é o tempo ser suficiente para viabilizar Leandro.

Com Caiado de arbitro e a base se mantendo dividida, principalmente com o ex-prefeito Gustavo Mendanha engolindo seco Vilmar usar seu aprovado nome para se mostrar como candidato de todo o grupo: Gustavo, Caiado, Daniel Vilela e Sandro Mabel (UB), este, sim, aliado seu e pré-candidato a prefeito de Goiânia.

Mabel e Vilmar até lançaram o “Cinturão 44”, em alusão ao número do União Brasil e à possibilidade de campanha conjunta na divisa entre Aparecida e a Capital. Mabel será decisivo, por sinal, para alavancar Vilmar. Já Vilmar, ao contrário, poderá ser um peso para ele, pelo desgaste.

Quem está comemorando o chamado fogo no parquinho adversário é o candidato do PL, Professor Alcides. Quanto mais guerra e fogo amigo no quintal do vizinho, mais festa do seu lado.

Rogério Cruz tem mais a provar porque está há mais tempo no poder e tem uma administração que não vai bem na avaliação popular. Na sexta, 5, vazou a informação de que ele não ficaria no Republicanos, que não morre de amores por ele faz tempo. No sábado, só às 17h, fim do tempo regulamentar para a janela eleitoral, ele anunciou a nova legenda: Solidariedade.

Uma legenda mediana com uma considerada boa chapa de candidatos a vereador, comandada por um de seus mais fortes secretários, Denis Pereira, da Infraestrutura. Rogério, com uma gama de partidos na administração, tem hoje um pequeno grupo de apoio para a reeleição. A fé move sua montanha de desgastes. Fé na entrega de obras como fato de mudança na percepção do goianiense à sua administração.

Rogério está desacreditado em termos de perspectiva de vitória, mas luta em pé. Em seu entorno, parece ser o único a acreditar na reeleição. Visão parecida tem-se do entorno de Vilmar. Apenas eles e uns poucos assessores levantam com convicção a bandeira do Renascimento e vitória nas urnas em outubro.

Em volta de Izaura há perfume de poder. O que não há é convicção de que sua candidatura vá em frente. A avaliação é em outro sentido: ela é, até que não seja mais por ação do marido. O sonho e a esperança é simples: que ele, por estratégia pragmática ou ato declarado de amor, recue e priorize o projeto com ela. E que, indo os dois para o combate, não tombem unidos feito Romeu e Julieta.

Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação Pública de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).
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