A verdade sobre Trump e a bala

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A pergunta que não quer calar: e aí, o que aconteceu com Trump?

Tenho lá meus palpites. Foi tudo armado. Quem armou? Está mais do que evidente, não? Trump fazia seu discurso quietinho no canto dele, tá certo que esbravejava um pouco, mas faz parte. Aí vem um cidadão, do nada, e atira nele? Não foi do nada. E ainda bem que pegou na orelha.

A única ponta solta foi isso, o tiro, ou sei lá o quê, que atingiu não o coração, ou a cabeça, mas a orelha. O resto não tem coincidência nem obra do acaso. Foi tudo calculado. Repito: o erro – não acho; acham, os calculadores – foi o tiro nao ter acertado na mosca. No cara, bem entendido. Acertou, mas de raspão. Um tantinho de lado. Dá-se um jeito, neste caso.

Mas o Biden… E precisa ter sido o Biden? Preste atenção. Não percebe? Se fosse o Biden, todos saberiam de imediato. Não seria o caso de se considerar que foi alguém pra beneficiar o Biden. Então. Para o bem da campanha de Trump, não precisa ter sido o Biden de verdade, porque entrou na conta. Tá debitado.

Ah, mas então foi o próprio Trump? Não acredito. E não duvido. Ou alguém que armou pra beneficia-lo? Não duvido. Nem desacredito. Como pode ser que tudo não passe de ato isolado de loucura acumulada e em erupção. Mas aí tem culpa da direita extrema no cartório. Estimulando os ânimos, acirrando os ódios, promovendo as armas e desesperos. Será?

Se foi coisa do comunismo, não vou me surpreender. Se foi terrorismo, nada de novo. Se foi destino, valha-me Deus! Se foi obra dos infernos, nem quero saber. Se. Nada melhor para os fakeistas – neologismo: aqueles que se alimentam e alimentam o mundo de mentiras, verdadeiramente – do que uma dúvida razoável. A dúvida é a bala perdida perfeita. Ela mata e deixa testemunhas, mas talvez não.

Preciso insistir senão faltarei com a realidade dentro de mim. Não pretendo convencer quem quer que seja que foi tudo armado porque acredito em qualquer coisa, logo eu que acho engraçado até o que o espelho me mostra. As meias-verdades me fazem cócegas. Ocorre que aqui tivemos uma facada no Bolsonaro que nunca deixou de ser e não ser.

Eu não acredito em Bolsonaro. Por que acreditaria em Trump? Ou na bala? A bala não diz nada além do que eu não possa imaginar. Não confio nem em mim mesmo. Sabe o negócio do espelho? Eu chamo de janela. Porque convém deixar margem para outras possibilidades. Neste caso que insisto: Trump está na dele. Morreu? Pelo contrário. Renasceu mártir. Isso tem suas consequências.

Meus palpites são estes. Simples e diretos. Acredite. Quero ver alguém me desdizer. Agora, se alguém disser que é tudo verdade, o que vou fazer? Tem os memes. Já viu? Muitas figurinhas e trolagens. Contra ou a favor. Um desbunde. Propaganda? Ah, contrapropaganda. Também. E daí? De que lado eu estou? De que lado você está? Meu palpite é que estamos lado a lado. Sou bom de palpite. Especialista.

Pensando aqui. Pode ser tudo coincidência. Poder, pode.

Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação Pública de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).
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