É difícil não notar o esforço de Marconi Perillo em se reposicionar no cenário político do estado. No entanto, os recentes deslizes na comunicação deixam claro que, para voltar a ser relevante, o ex-governador precisa urgentemente ajustar sua estratégia e, possivelmente, investir em uma assessoria de imprensa mais robusta e alinhada com os tempos atuais.
Um dos maiores problemas de Marconi tem sido sua dificuldade em acertar o “timing”. Em duas ocasiões recentes, ele tentou se inserir em debates importantes, mas acabou parecendo desatualizado ou fora de sintonia com os acontecimentos.
No caso da recuperação das rodovias goianas, Marconi publicou uma matéria no Jornal O Popular, que falava da má qualidade das rodovias, só que do período em que ele ainda era governador de Goiás, ou seja, um autêntico “tiro no pé”. A situação se repetiu no debate sobre a possível taxação da energia elétrica produzida por placas solares. Quando Marconi tentou abordar o tema, o governo estadual já havia realizado coletivas esclarecendo que não aplicaria a taxação e que se tratava de uma questão federal. Mais uma vez, a tentativa de se posicionar veio atrasada e sem impacto, reforçando a impressão de que ele está desatualizado em relação às dinâmicas políticas e comunicativas do estado.
Marconi, outrora reconhecido como um estrategista habilidoso e sempre à frente nos debates públicos, agora parece patinar. Seu domínio da comunicação política – que já foi uma de suas maiores armas – hoje não é mais suficiente para enfrentar um cenário em que redes sociais, coletivas rápidas e narrativas ágeis dominam o jogo.
Os tropeços recentes levantam questões importantes. Seria um reflexo de um possível distanciamento das bases políticas e sociais de Goiás? Ou um sinal de envelhecimento político, em que antigos métodos não conseguem acompanhar as novas demandas de comunicação?
Para um político com o histórico de Marconi Perillo, depender apenas de sua reputação passada é um risco. O cenário político atual exige estratégias comunicativas mais sofisticadas, capazes de antecipar debates, moldar narrativas e estabelecer relevância. A falta de uma assessoria de imprensa sólida é evidente, e isso tem custado caro ao ex-governador.
Se Marconi tem reais pretensões de voltar ao protagonismo político, ele precisará não apenas recuperar o “timing” perdido, mas também entender que o jogo mudou. É necessário investir em profissionais que consigam reposicioná-lo de forma eficiente, ajudando-o a se reconectar com as demandas do eleitorado e a entrar nos debates no momento certo, com a narrativa certa.