Pré-candidatos em Goiânia travam guerra nas redes; o povo é um detalhe

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Os pré-candidatos a prefeito de Goiânia – e dá para dizer que dos maiores municípios do entorno da Capital – estão em campanha, mas não estão. Assim: estão em guerra entre eles, dando cabeçadas nas paredes, falando grosso que prendem e arrebentam, porém tudo não passa de encenação para inglês ver. Quanto aos goianienses mesmo, não estão nem aí – falam em nome de todos como se donos fossem. Assim como os goianienses que decidem de verdade, a massa que vota, também não está nem aí para eles – boa parte, ilustres desconhecidos.

Repare que na base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) tem disputa à parte, entre Bruno Peixoto (presidente da Assembleia, do partido do governador), Jânio Darrot (ex-prefeito de Trindade, com um pé no MDB e outro no UB) e, no seu canto enquanto aguarda autorização da Justiça pra ver se pode entrar na disputa, Gustavo Mendanha (quase no MDB). Eles ocupam páginas de jornais, espaços nas redes sociais e só falam de como vão se impor, mas agenda no meio do povo, nada.

Vanderlan Cardoso, eterno candidato, nega ser, falando o tempo todo da possibilidade de ser. Agenda com o povo? Nenhuma. O prefeito Rogério Cruz (Republicanos), que tem toda uma estrutura e condições favoráveis de ir aonde o eleitor está, parece escolher só eventos e ocasiões instagramáveis (olha o neologismo aí, gente!), para cumprir tabela. Mobilização, ação estratégica, foco, zero. O tempo para isso acaba sendo ocupado para gestão de crises, que se acumulam como palanque reverso.

Gustavo Gayer (PL) é outro que se apresentou como pré-candidato e por esse discurso ficou. Assim como Adriana Accorsi, que foi oficialmente apresentada pelo seu partido, o PT, como nome de consenso, nada fez até agora senão repetir em suas redes que está na disputa. Ok, Gayer e Adriana, mas e daí? O PSDB apresentou nomes para a prefeitura, nomes que soaram mais como falta do que como excesso, e só. Desde então, o clima é de espera de pesquisas milagrosas para o seu lado.

Pré-campanha é um precioso espaço para preparação de chapas de candidatos a vereador, o que pressupõe passar a peneira nos bairros, instituições e todos os cantos para encontrar os melhores nomes. E o que se vê? Desespero começando a bater nos partidos entre os que já tem planos de candidatura, mas temem ficar sozinhos para juntar votos. Cadê os prefeitáveis pra montar seus exércitos? Dando entrevistas nas rádios para falar mal da administração, reclamar dos possíveis adversários e xingar os amigos e inimigos.

Não há de qualquer dos pretensos candidatos a prefeito de Goiânia, por exemplo, a preparação de um Plano de Governo, o que atenderia a uma providencial estratégia de marketing por ser a ponte para ir até o povo ouvir demandas, e ao mesmo tempo a uma necessidade real de conhecer as verdadeiras carências da cidade. Fizessem isso, o discurso já começaria a ficar consistente com o que o povo pensa, em vez do amontoado de achismos e transtornos de visão sobre o que o goianiense quer e precis a.

Os pré-candidatos em Goiânia sonham com a prefeitura, mas estão mostrando não conhecer de fato, nem querer ir conhecer, a realidade das ruas. Isso aponta mais para arrogância do que vocação para a gestão pública. Resulta no que já vemos: obras intermináveis que, para o cidadão, passam longe de ser prioridade. Goiânia precisa de um prefeito de verdade, e não de um achista cheio de vaidade. Ah! Tudo isso aparece com todas as letras nas melhores pesquisas Quali e nas Quanti de qualidade. Basta saber ler.

* Texto publicado pela Tribuna do Planalto

Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação Pública de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).
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