Os prefeitos em busca de reeleição estão com suas pré-campanhas nas ruas, sem medo da lei eleitoral. Em defesa deles: a lei é clara; desde que não peçam votos, vale tudo, de resto. Vale lançar benefício e dar entrevista como pré-candidato, ocupando todos os espaços possíveis na mídia. Vale inaugurar obra e falar, falar mais um pouco e falar mais de como vai vencer no primeiro turno.
Quem não tem a máquina na mão e pretende ser candidato, leva vida mais difícil nas ruas. Qualquer movimento que faz, o custo é por sua conta. Não tem erário que pague o circo armado com palanque e tudo que ampara e catapulta o prefeito. Qualquer declaração que dá, só tem eco comparada ou contraposta às palavras de quem está no poder. Reunir jornalistas para algumas palavrinhas, uma dificuldade.
O prefeito conta com estrutura de servidores nomeados a peso de urna, maquinário roçando vitória, apoio de empresas parceiras e recursos de mídia que falam grosso com inúmeros veículos. Os que querem ser prefeito não têm nada disso, estão por conta (nos dois sentidos) própria. Querem ter. Se estão bem nas pesquisas, ufa, até ganham aliados providenciais e partidos que estão fora do poder ou querem mais do que já tem, e aí viram notícia e aparecem. É o jogo real de quem pode, pode, quem pode menos, que se vire.
Noves fora os considerados, os prefeitos reclamam de recursos públicos de menos para custeio e investimento. Mas isso lhes tira a vantagem? E o que dizer dos administradores que tem tudo na mão e ainda assim não conseguem largar em vantagem? Porque ter vantagem não é garantia de nada, mas fazer dela desvantagem, aí é perder por antecipação para si mesmo.
*Texto publicado pelo Diário de Goiás