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Que mulher é essa

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Vocês viram a José-Ana por aí? Ela está em algum lugar. O nome a revela. Não disfarça. Deve ter começado como apelido, evoluiu para espanto, até se firmar nisto. Você a viu? Ela está feliz, anda se segurando, mas sem dúvida está feliz desde que se enamorou de uma nuvem e, distraída, ou atraída sem salvação, pegou de voar e ir lá. Não pergunte se ela sabe o que faz. Eu não sei.

Ela aprendeu que não é não, que prazer é extensivo, que pode gozar à vontade ao menor sinal de vontade, que tem vocação para contrariar quem de conceito prévio a desafia na forma e no conteúdo. Uma graça essa mulher com sua doce desproporção em relação aos que ousam lhe tolher a atenção, a visão e o coração. Não nasceu para ser outra coisa, avisa, sejam homens ou mulheres sem noção.

Essa mulher tão duas, três, milhares, milenares, tão de bocha cheia na beleza de seu sorriso sem pressa, seu olhar compenetrado em segundos, sua brava sabedoria espontânea com humanidade nas dobras e sagacidade nas bordas e bondade nas ondas da alma sã. Olha mais sua longevidade nos passos. Repara, repara só, com demora na imaginação, sua propriedade de si mesma.

Viram essa mulher moderna, do futuro, com história de berço, desde a concepção até quando quiser, e não desde quando a Deusa quiser, viram onde está? E viram como é Deusa, com poesia e com ciência de empoderamento sobre as águas, a terra, o ar e o fogo no ápice do mundo? Viram tanta mulher e tanta disponibilidade para dizer seu sim, seu grito e eco sim sim, não não?

Essa mulher que existe, única e bela como se quer. Em mim ela floresce. É árdua de toda masculinidade que exala, e é árvore da flora da fauna da feminidade com que se planta e com que desafia as leis da física e da Constituição para mover-se faceira pelo mundo e pelos sonhos que ousa e que habita. Essa mulher que, de tão ser, então é, onde quer que seja.

Você me viu, mulher? Você se vê sem falsos reflexos? Mulher nenhuma há de ser menor que seu espelho e deixar que seja o espelhamento o estereótipo do que não representa. O céu não é lugar para mulher. A mulher faz o céu e o inferno de sua glória, eu sei, eu procuro saber onde estou para não ter que dar satisfação alguma de onde quer e como quer que eu deixe de ser, se for esta a minha decepção inerente. Só me vê quem me possui. Só me possui a mulher que eu vejo.

E pra quê tudo isso? Pra viver, mulher. Pra morrer mulher. E até quando? Enquanto vírgula houver.

*Texto publicado pela Tribuna do Planalto

Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação Pública de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).

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