O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, não tem paz para governar. Fato. As crises internas, o desgaste da administração com trocas constantes na equipe e denúncias, tudo lhe tira o sono. Só que paz não é algo que se construa de forma unilateral. É lá e cá. Gestos, ações, reações.

A semana termina com aceno de paz, pelo menos, entre o prefeito e o seu partido, o Republicanos. Mas a paz só virá mesmo se cada lado fizer sua parte. Isso está posto nas declarações do presidente nacional, Marcos Pereira, que não deixou que a troca de presidente estadual da legenda parecesse capitulação ao prefeito. O nome de Rogério nem foi citado no anúncio do novo presidente.

O partido espera contrapartida do prefeito, que espera do Republicanos engajamento total à gestão e a seu projeto de reeleição. Hoje, um não se reconhece no outro. O primeiro ponto a ser ajustado é este. Para a paz, os dois lados terão de baixar as armas, e não apenas um. Não pode haver vencedor, precisa sobressair o “intindimento”, para lembrar uma palavra-marca do ex-prefeito Iris Rezende.

A cidade não pode sofrer as consequências de guerras particulares do prefeito. Portanto, ele é o árbitro para a garantia da paz. O mais interessado, junto com a população. É neste detalhe que parece uma exceção à regra do “intindimento” que está a salvação da lavoura para Rogério e reside o seu futuro. Não é exceção. É estratégia. O prefeito só vai continuar vivendo de guerra se deixar guerras e motins acontecerem ao seu redor. Está na mão de Rogério o futuro de Rogério. Simples assim.

*Texto publicado pela Tribuna do Planalto