Sandro Mabel (União Brasil), novo prefeito de Goiânia, tem uma responsabilidade enorme pela frente.
Sobre seus ombros está:
1) Uma cidade falida;
2) a expectativa natural de que ele dará jeito logo no descuido que a Capital vive;
3) o olho gordo natural – é a política – dos que querem que sua gestão não dê certo, ou no mínimo não dê muito certo, porque será a deixa para a campanha de 2028.
Mas ninguém governa sozinho e nada se resolve por conta própria. E considerando-se que a nova gestão precisa acima de tudo ser boa para Goiânia, independente de ser redentora para o político Mabel, temos que participar.
O ‘temos’ é uma referência. Ajudar Goiânia a se encaminhar na arrumação da casa – insisto: à parte ajudar Mabel – é pressuposto de todos que querem uma cidade que funcione e que tenha qualidade de vida, que seja boa pra se morar.
Nesta perspectiva, como encarar o veto do prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) a três emendas da equipe de transição de Mabel ao projeto de Recuperação de Créditos a tributários, Fiscais Não Tributários?
As emendas foram negociadas por Mabel para impactar já no início de sua gestão. A justificativa do prefeito – causaria confusão ao contribuinte – é só isso, uma desculpa.
Rogério, que teve seu jeito de governar rejeitado pelos goianienses, de pronto dificulta o seu sucessor implementar o seu jeito, escolhido nas urnas pela população. É isso, simples.
Neste momento, a oposição a Mabel é oposição a Goiânia. Uma oposição de paraquedista, e não de quem se preocupa em ver a cidade arrumada – ou, pelo menos, respeitar a oportunidade do outro fazer o que ele não fez.
A disputa eleitoral continua, sempre. Inevitável. Mas também ela precisa ser movida pelo espírito público.
Natural alguém se opor ou se candidatar contra outro, e já se organizar para isso. Mabel terá que lidar com a gestão e o jogo político, claro.
O que fica difícil de compreender é a disputa ser feita contra os goianienses.