O governador Ronaldo Caiado tem vencido obstáculos consideráveis para construir a sua candidatura. O maior deles: a desconfiança por governar um Estado com eleitorado pequeno diante de gigantes como Minas, São Paulo e o consórcio político que marca o Nordeste.
Com habilidade, o goiano costura coesão partidária no União Brasil em torno de seu nome e apresenta um discurso poderoso eleitoralmente, o da Segurança, com inicial maiúscula, amarrado na prática bem sucedida em Goiás. Caiado é ainda um candidato que não passa desapercebido.
Sua voz firme e a coragem de ir pro debate ajudam na conquista de espaço na imprensa nacional. E, além de um governo bem avaliado, ele agora está mais embalado por vitórias recentes em Goiânia – feito que só divide com Iris Rezende e Henrique Santillo como governadores que elegeram o prefeito da Capital – e Aparecida de Goiânia. Foram viradas históricas e com tudo a ver com ele como cabo eleitoral.
Nessas duas cidades, Caiado venceu principalmente Jair Bolsonaro. Em confronto direto, levou a melhor. Marcou pontos como político que converge, que tem posição definida e que não se intimida com mitos e milícias digitais. O mais provável é que, mesmo em meio à renovação política que virá em Goiás com mudança de ciclos – e ele marca o divisor de águas -, sua candidatura desponte como unanimidade estadual. Ponto de partida relevante na apresentação como líder na prática.
O ex-presidente nem parece ser mais o seu principal contraponto na direita. Além de ser direita antes de Bolsonaro mitar, Caiado é uma direita que não radicaliza, que tem a Constituição de fato como referencial. E agora, com mais fatos indicando que o Brasil esteve à beira de um golpe militar para que permanecesse no poder, Bolsonaro se coloca definitivamente num lugar de extremos. É candidato para gerar caos, jamais para administrar a ordem, o progresso e democracia.
Quanto mais exposto ficar, mais Caiado deverá sofrer resistências e ataques. Faz parte da guerra eleitoral o bater e o apanhar. Sobreviver e ser competitivo nesse ambiente é o desafio mínimo para quem quer ter o direito de disputar de verdade a Presidência e, quem sabe, ganhar. Essa etapa da pré-campanha ganhará impulso na medida em que ele avançar nas articulações e abril chegar – quando deixará o governo – e se se tornar inevitável sua candidatura.
Restará aos políticos goianos e à sociedade exatamente o que hoje se mostra possível, porém ainda uma questão não fechada: ele ser ou não ser o candidato de todos os goianos ou mais um nome que tentará, mas não chegará lá. Iris Rezende e Henrique Meirelles são duas lembranças que se encaixam nesta perspectiva. Os goianos abraçarem a sua candidatura e Caiado fazer sua parte pra tanto e pra mais: ser presidente. Eis a profissão de fé eleitoral em Goiás.
O #SomosTodosGoiás governador do início de seu primeiro governo pode virar, ao final do segundo, #SomosTodosCaiadoPresidente.