Vanderlan Cardoso tem tudo pra ganhar em Goiânia. Seu maior adversário continua a ser ele próprio

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O senador Vanderlan Cardoso (PSD) tem tudo para ser eleito prefeito de Goiânia no ano que vem. Lidera as pesquisas – junto com a deputada federal Adriana Accorsi, do PT -, tem reconhecimento natural como bom gestor empresarial e público – duas vezes prefeito de Senador Canedo – e possibilidade de atrair do centro à extrema direita no primeiro turno ou no segundo.

Desde que Ana Paula Rezende se retirou da disputa e, uma eventual candidatura de Gustavo Mendanha, ficou mais difícil, seu nome cresceu nas apostas do meio político e ele vê crescer em torno de si um tipo de capital que todo candidato luta para conquistar: a perspectiva de poder. Nem o fato de provavelmente não contar com o apoio do governador Ronaldo Caiado diminui o seu crédito eleitoral.

Vanderlan tem procurado também fazer a sua parte. Mudou o foco de suas redes sociais, para o chamado conteúdo mais humano, com recorrentes vídeos em família e procurando mostrar-se um homem de hábitos simples. E está procurando líderes de outras legendas para construir alianças e afastar a ideia colada de outras campanhas que o apresenta como político personalista, que só age em causa própria e não valoriza companheiros.

Com o PSD na mão e mais leve no trato, Vanderlan não assume a pré-candidatura, mas tem equipe já em ação. E abre horizontes. Por ora, mantém diálogo com o público bolsonarista na esperança de ter desde o primeiro turno o apoio do ex-presidente e seu eleitorado. Por outro lado, não fecha portas para partidos mais à esquerda. Em Brasília, vota com a direita, mas negocia com o governo petista, tanto que mantém o comando em Goiás da poderosa Codevasf.

O estilo tucano, neste momento, tem a ver com as articulações nacionais em andamento. Terá ou não o apoio de Caiado? O PL de Bolsonaro vai apoiá-lo ou lançar, o que já parece certo, Gustavo Gayer na disputa? Conseguirá ou não atrair o MDB oferecendo apoio em outros municípios? Até o fato de o prefeito Fernando Pellozo, de sua cidade, Senador Canedo, ter trocado o seu PSD pelo União Brasil entra nas contas de possíveis negociações. Ele pode apoiar Pellozo ou lançar candidato próprio contra.

O maior adversário de Vanderlan segue sendo o próprio Vanderlan. Em outras campanhas – como a passada, em que foi derrotado por Maguito Vilela (MDB), que morreu de Covid no mês em que assumiu a prefeitura de Goiânia -, ele começou bem, atrapalhou-se sozinho e terminou derrotado. Desta vez, o começo mostrou-se incerto. Quem sabe é sinal de que o final será outro?

Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação Pública de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).
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