O tumulto da política e as definições na eleição em Goiânia

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Operação contra os conspiradores da tentativa de golpe no 8 de Janeiro, recolhimento do passaporte de Jair Bolsonaro, militares na trama dessa patranha, bolsonarismo de dedo em riste, esquerda militante sempre alerta. Os fatos políticos vão se atropelando no Brasil e as eleições ficam cada vez mais imprevisíveis.

Como a população vai reagir a cada sobressalto passa a ser o ponto de desequilíbrio no jogo de forças. Na pré-campanha, a incerteza é natural e faz parte das ações e reações. Mas com o acirramento maior dos ânimos, as conversas em andamento e possíveis alianças tropeçam a cada chacoalhada, fechando portas e abrindo possibilidades. O mesmo vale para denúncias frias surgidas de repente, do nada: não são nada, mas podem virar o jogo.

Bolsonaro chegará a outubro como cabo eleitoral indispensável? Hoje, alguns nomes em Goiás se apoiam absolutamente nele, como Gustavo Gayer, pré-candidato em Goiânia, e Professor Alcides, em Aparecida. Ambos escoram mais no ex-presidente do que se articulam em busca de alianças que avancem em relação à sua bolha ideológica – que, na prática, nem tão ideológica assim é.

O apoio de Bolsonaro é uma oportunidade, mas também um risco. O governador Ronaldo Caiado é de direita, prepara-se para lançar um nome à prefeitura da Capital, e não se fia em Bolsonaro; senador Vanderlan Cardoso, prefeitável do PSD, idem. Adriana Accorsi, a pré-candidata do PT, se agarra a Lula, mas busca compor com legendas diversas, mesmo fora da esquerda ou centro-esquerda. São exemplos de nomes que se movimentam em cenário imprevisível, mas que não se limitam à polarização dos últimos anos.

As convenções sempre funcionaram como definidoras de rumos para as legendas e grupos políticos. E nada mudou. Os tumultos do dia-a-dia e o cenário incerto não vão ganhar clareza nem em março, mês de janela para filiações, nem em abril, com as desincompatibilizações. O mais que se verá é ajuste de nomes e desenrolar de negociações. E a dúvida, esta sim, que se estenderá até outubro: o peso de Bolsonaro e Lula nas urnas. Para registro: a política nacional não costuma definir os resultados eleitorais locais. Era isso que parecia propenso a mudar, mas…

*Texto publicado pela Tribuna do Planalto

Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação Pública de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).
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