Não quero muita coisa. Uma coisa que quero é uma prefeitura na porta da minha casa. Uma prefeita (ou prefeito) que não precisa me conhecer, mas que me reconheça e considere em cada decisão que tomar. Eu e todos os moradores da cidade, incluindo-se aí os pardais, os moradores de rua e os que sofrem com as chuvas. Convenhamos: ninguém merece sofrer de chuva; merece é desinundar-se.
Imagina termos um prefeito (ou prefeita) que vai no buraco quando não tapa as locas das ruas. Esse prefeito vai sofrer, vai querer reclamar para o prefeito, e quando descobrir que é o prefeito, vai agir como tal, e não falar como o tal. Vou trocar figurinhas com ele nas esquinas, e enquanto brincamos com o sol e a lua, as máquinas dançam na construção de escolas e postos de saúde. E as coisas funcionam, os servidores satisfeitos e a população bem atendida. Não tô sonhando acordado. Porque o prefeito que eu quero me permite dormir em segurança e em paz.
Quero uma prefeita (ou prefeito) que fale a minha língua, ouça o que estou dizendo, fale apenas quando não estiver fazendo e para dizer: Vou fazer; viu?: está feito. O que significa que na maior parte do tempo serem ambos, cidadãos, sem autoridade superior que não seja a minha, a dele, a sua, a nossa vontade. Penso que não preciso saber a religião, o time ou a cor da pele de quem faz por prefeita. Preciso ter o prefeito que eu quero na hora que precisar, bem no instante em que os ônibus ameaçarem parar e o esgoto sopitar de repente.
Quero uma prefeitura à imagem e semelhança de cada um de nós: com responsabilidade social, transparência nos seus atos e gastos, respeito ao patrimônio público e espírito público legítimo. Uma prefeitura antenada com as minhas necessidades urgentes e próximas o bastante para que eu possa olhar longe. Uma prefeitura digna do nome, e um prefeito (ou prefeita) que me orgulhe. Uma prefeitura que funcione na porta de casa, onde eu e 1,5 milhão de outros cidadãos vivemos a vida de verdade, bem distante da demagogia dos prefeitos de araque e palanque.
Quero sonhar. E sorrir depois. Por ora, vou deixando claro o que quero. Já disse o que quero, duas vezes por sinal. E você, diz pra mim: o que quer com o meu voto?