O Goiás E.C. está jogando fora o seu prestígio, a sua história e o seu estádio. A Serrinha já virou surrinha, na provocação dos adversários.
Longe de ser o que era, o maior time do Centro-Oeste, daqui a pouco será um time de torcida menor – pra começo de conversa. As novas gerações vão escolher times ganhadores, e não perdedores.
Nem raiva dá pra sentir. Não cabe no peito, tomado pela angústia de quem vive o inferno na terra, e o fim de quem ama até o fim, com o fim logo ali.
Não há soneto de fidelidade que dê jeito na solidão de quem chora a morte anunciada de um Goiás perdendo em campo e fora, ou de quem prefere Augusto dos Anjos a Vinícius de Moraes: escarra nesta boca quente beija.
Perdemos duas vezes para o Vila Nova, na casa deles e na nossa. Perdemos para o Goiânia. E estamos perdidos com o Atlético.
Já não temos de quem ganhar. Daqui a pouco estaremos tão rebaixados que não teremos pra quem perder.
Está certo que ainda há tempo, nem tudo está perdido. Esperança de torcedor não tem rival. Mas o grito é da geral: o Goiás tem time, ainda que ruim, o que não tem é diretoria.
De novo. O Goiás perde pro Vila, pro Atlético e pro Goiânia. Ganha, mesmo, só tá ganhando de um só: ninguém. E tem gente na Surrinha, epa, na Serrinha que acha isso normal.
O time do Goiás morreu. De quê? De falta de vergonha. E o torcedor? De verde vergonha.