Caiado tem força pra eleger, mas perde fácil quem não faz a sua parte

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O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) é o maior cabo eleitoral de Goiás neste momento. Essa a visão que prevalece nos bastidores políticos. O teste das urnas de outubro vai dar a dimensão disso. Quantos prefeitos vai eleger? Como vão se sair seus candidatos nos maiores municípios?

Mas convenhamos: essa é uma medida relativa. Governadores fortes e habilidades nunca perdem de fato. Se não ganham em outubro, ganham depois com cooptação dos eleitos, por exemplo. Quem precisa de verdade ficar atento e esperto, como se diz, é menos Caiado e mais os seus apoiados.

Na velha piada de que todos pedem a ajuda de Deus para ganhar na Mega-Sena, porém, nem todos nem ao menos registram o jogo, esses candidatos governistas é que precisam fazer por merecer e aproveitar a vantagem competitiva de Caiado. Ou se profissionalizam e vão a campo, reforçando a chance de vitória, ou se quedam no amadorismo de esperar que a mão abençoada do governador, por si só, vai levá-lo – ou levá-la – ao poder.

Inclusive porque é preciso pesar bem essa avaliação de que o governador é cabo eleitoral capaz de transferir ou garantir votos. A vida não funciona assim, e a política muito menos. O fato de ter o governador e o governo de vantagem, vale reforçar, é exatamente um diferencial de vantagem – na maioria das vezes, porque há exceções -, no entanto, não é garantia de nada.

Candidato que não faz sua parte, não vai longe. O conceito vale para todos, os governistas e os contrários. Essa a realidade crua é cruel, para quem negligencia o fator sorte nas eleições. A sorte de uns é azar de outros. Onde você está? O que você está fazendo para estar no lugar certo, no momento certo para merecer a vitória certa em um jogo, uma guerra, uma disputa que o que mais tem é incerteza?

Outro cabo eleitoral

O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, tem se apresentado como cabo eleitoral decisivo, com índices de avaliação e intenção de transferência de voto – numa definição ampla dos dados – próximos aos do governador.

Primeiro, isso tem alimentado as resistências internas na base governista a qualquer situação que o favoreça demais, a ponto de pegar voo de águia, digamos assim. Segundo, que é preciso contextualizar bem as leituras, com risco de se ver além do que realmente há.

No caso do governador, ele tem uma história, um governo bem avaliado no presente e a máquina na mão, o que quer dizer a caneta com a tinta cheia. Exala poder e perspectiva de poder, no controle do jogo. Sua liderança é como uma casa sobre a rocha, hoje. Muito diferente de casas postas sobre a areia.

Voltando à parte dos testes, vamos ver em outubro uma medida disso – uma medida com ressalvas, claro. O que ficará de Gustavo depois da eleição, em caso de vitória ou, eis a questão principal, derrota de seu candidato – que, na prática, ninguém sabe exatamente quem é.

Pesquisa não ganha eleição. Ela guia. Para frente ou em círculos. Eis o maior desafio da leitura correta dos dados, os da realidade dos fatos e os dos fatos da realidade. A urna não perdoa os líderes virtuais.

Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação Pública de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).
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