Pesquisas já mostraram o tamanho do capital político do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Mais de 80% de aprovação, segundo levantamento recente. Isso somado ao fato de que é governador – tem a máquina do governo na mão com caneta cheia de tinta – e palanqueiro de primeira, acende a luz de todos os lados para o que ele vai fazer ou deixar de fazer nesta eleição. E ele semeia certeza, mas também dúvidas. Na mesma medida.
Em Goiânia, plantou certeza com o empresário Sandro Mabel (UB) candidato por sua base, porém, espalha dúvida sobre como resolverá o impasse da vice. O presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (UB), mantém o sonho de candidatura e uma pegada dura nas negociações. Caiado pode lhe entregar essa prerrogativa, ainda que o sonho mesmo seja voltar ao jogo. Pode. Caiado deixa em aberto.
Na prática, toda ação que depende de Caiado no jogo político fica em aberto pelo tempo que ele julga necessário. Aí bate o martelo. Em Aparecida de Goiânia, a questão de ordem: o prefeito Vilmar Mariano terá ou não o empenho dele para a reeleição? Vilmar conta com isso. Gustavo Mendanha, ex-prefeito, sim e não. Porque Gustavo está em ação e tem força eleitoral, no entanto, o controle do jogo é do governador.
Professor Alcides, o candidato contra o candidato da situação, também conta com o apoio de Caiado, em silêncio. Em silêncio porque considera que Caiado acenou que prefere seu nome ao de outro ou alguém indicado por Gustavo. Nas duas cidades, quem mais dança com os sinais dobrados de Caiado é o MDB do vice-governador Daniel Vilela. O MDB pisa em ovos porque seu rumo depende do governador.
O governador tem de experiência política o que muitos dos outros jogadores ao seu redor não têm de vida. E é um jogador tarimbado. Leva daqui, leva dali, deixa todos pensando que vai chutar pra direita, e chuta pra esquerda. Ninguém em Goiás hoje joga tão firme com o tempo e o regulamento na mão.
*Texto publicado pela Tribuna do Planalto