O feriado em homenagem à padroeira do Brasil e o dia da criança

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A Lei nº6.802/1980, sancionada pelo então Presidente, João Batista Figueiredo, declara feriado nacional o Dia 12 de Outubro, consagrado a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Na mesma data é celebrado o Dia da Criança, com alegria e sem aborto.

Maria, que no Brasil recebe o título de Nossa Senhora Aparecida, foi mãe, esposa e paciente dona de casa. Veio de família humilde e pobre e levou vida simples de interior. Disse sim ao chamado do Pai e deu à luz o Menino Deus, o Salvador. Acompanhou todos os passos de seu filho, inclusive o martírio do calvário. Contudo, apesar das dores sofridas, foi a mulher mais feliz deste mundo, não só por que amou o filho Jesus, como também por que não fez outra coisa na vida senão a vontade de Deus. Maria viu o filho nascer e crescer. Por isso ela sabe perfeitamente que pelo filho se faz tudo. Filho é a alegria da casa e da família.

Segundo Carnelutti, jurista italiano, “O pai ama o filho, sobretudo quando castiga”. E Pitágoras, filósofo e matemático grego, afirmou: “Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens”. E Jesus Cristo disse: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas”.

No melhor conceito familiar, filho é o fruto do amor dos pais. Ao mesmo tempo, torna-se inegável que o filho é também uma responsabilidade a mais para quem o coloca no mundo. É dever dos pais educá-lo convenientemente. Quanto mais o casal conseguir assumir o verdadeiro papel de pais, mais conseguirá aumentar o seu amor conjugal e a união da família.

Mesmo trabalhando fora de casa e tendo de deixar o filho sob os cuidados de outra pessoa, a mãe é quem lhe dedica os melhores cuidados, como por exemplo: banho, mamadeira, colo, atenção, tudo dentro de um clima de tranquilidade e amor. 

A mãe é a pessoa mais íntima do filho. É ela quem deixa tudo para conversar com ele, para brincar, para verificar sua saúde e para tudo que for preciso. Os afazeres domésticos podem ficar para outras pessoas, mas o carinho materno é insubstituível. Ela sabe que o mais importante é criar um filho capaz de realizar-se na plenitude humana.

Tudo isso vale também para o pai. A criança ressente muito da ausência e da omissão do pai na sua formação. Ela deseja, sente a necessidade do contato direto com a figura paterna. E o pai não poderá furtar-se à sua obrigação de estar ali junto dela, tão logo possa e de acordo com um planejamento racional, até mesmo de revezamento com a esposa, se for necessário.

Reiteradas pesquisas, envolvendo meninos e meninas de uma faixa etária até doze anos de idade têm mostrado que a principal reclamação das crianças e adolescentes é com relação à ausência paterna na família. Reclamam da falta de companhia do pai, da sua amizade, do seu carinho e do seu apoio presencial.

É prudente frisar que há momentos na vida que certamente serão únicos no relacionamento pai e filho. Apenas uma vez a cada ano ele faz aniversário e quererá aproximar-se do pai, sentar-se em seu colo, receber um carinho e ouvir palavras de elogios e estímulos. No curto período da adolescência, enfrentará obstáculos especialíssimos e sentirá vontade de compartilhar as suas dificuldades com o pai, por que vê nele um amigo com quem conversar e confidenciar as suas intimidades. No colégio ou na universidade, ele precisará trocar ideias com o pai com vistas à eficiente reordenação de sua caminhada. Nas questões de trabalho, desejará servir-se da sabedoria e da experiência do genitor.

Assim sendo, se o pai deixa passar essas oportunidades não muito sutis, correrá o risco de perder o filho, pois ele poderá acostumar-se com a ideia de não ter pai presente e poderá atrair a aproximação de pessoas não recomendáveis.

Por essa razão e com vistas à melhor formação da criança, dos pais é exigido parar tudo e refletir, escutar com atenção e interessar-se pelas dificuldades que o filho coloca. Muitas vezes são questões que para os adultos se mostram insignificantes, mas para eles, imaturos ainda e jogados nos trilhos da existência são barreiras insuperáveis, são problemas em escala sucessiva e bem maiores do que a sua capacidade de raciocinar e de agir; outras vezes o filho só quer mesmo é atenção, apenas um olhar dentro dos olhos, para poder concluir com orgulho: “Este é meu pai!”. Só isso.

Insistindo um pouco mais na questão do pai ausente, na reta intenção de despertá-lo para o cumprimento de suas obrigações paternais, diria que o pai ausente faz o filho sofrer, faz a esposa sofrer, faz a família sofrer… Especialmente o filho, que se espelha na figura paterna. Ele quer ser igual ao pai em tudo: na estatura, na profissão, nas ideias que ele defende, nas coisas de que gosta… E a filha tem uma atração filial predileta pela figura do pai: admira-o, acha-o um gato, tem ciúmes dele… E assim por diante.

Afinal, já foi dito que os filhos são, antes de tudo, herdeiros dos sonhos de seus pais. E quando os sonhos dos filhos se realizam, os pais celebram a esperança.

Numa última palavra, diria que é tão gratificante ver os filhos crescerem e se encaminharem positivamente na vida!… É gratificante ver o filho realizando aquilo que era sonho do pai e ele, o pai, por uma razão ou outra não conseguiu realizar. Assim sendo, a realização do filho é dupla: filho e pai se realizam com uma única vitória.

Amar o filho é dar carinho, sustento, educação.

Amar o filho não é deixá-lo fazer o que bem entender.

Amar o filho é estabelecer limites à sua conduta.

Amar o filho é atribuir-lhe responsabilidades.

Amar o filho é repreendê-lo no erro.

Amar o filho é fazer valer a autoridade de pai e de mãe.

Amar o filho é encaminhá-lo na vida pelas trilhas do bem.

Amar o filho é mostrar-lhe que Deus existe e está acima de tudo.

Parabéns a todas as crianças pelo seu dia, com as bênçãos de Maria, a mãe de Jesus!…

Elson Oliveira
Elson Gonçalves de Oliveira foi professor de Língua Portuguesa, é advogado militante e escritor, com vários livros publicados.
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