Lembro que todas as peças de mídia da prefeitura de Goiânia nos últimos quase dois anos tinham um conceito básico: Goiânia estava ficando no jeito. Goiânia, claro, tem jeito. O jeito de Iris, o jeito certo para uma boa gestão e o jeito que a população quer e precisa. A sacada partiu da Casa Brasil, uma das agências que ainda cuida da prefeitura.
Tudo a ver com o que Iris tinha se proposto na campanha e logo que assumiu a gestão, sua quarta: arrumar a casa, reorganizar as finanças, retomar o ritmo e o rumo que imprimira principalmente de 2005 a 2010 na prefeitura. Ele repetia sempre que só foi candidato, em 2016, porque se sentia responsável pela desarrumação que sobreveio após sua saída. Era sua sina e o seu destino.
Dois anos após sua morte, o que vemos é que Iris está mais vivo do que nunca na política goiana, e a expectativa dos eleitores segue a mesma de quando ele foi eleito pela última vez, segundo mostram pesquisas qualitativas. Goiânia anseia por um prefeito que tenha seu jeito de gestor e que dê jeito na bagunça estabelecida.
Não há dúvida de que Goiânia tem jeito. Assim como está claro que um pré-candidato ou candidato que emule e projete seu jeito entra com boa vantagem na campanha. Daí que Iris seja referência para quase todos, com direito a lembranças dos nomes na disputa que evoquem o máximo de intimidade com ele. Verdade essa intimidade. Não importa. Importa dizer.
E este é o principal ponto. Não basta citar Iris, usar seus motes e louvar sua farta herança política. É preciso ser, em vez de tentar parecer ser. A população reconhece o charlatanismo, o falso testemunho e a falácia dos elogios eleitoreiros. A história mostra isso. A deferência a Iris sem o respeito a Iris, assim como a incorporação de seu nome sem que a prática prove a justa semelhança, é tiro n´água, nem reverbera.
Iris continua muito vivo porque Goiânia segue viva para todos que a amam. Os dois se interconectam como almas gêmeas. No jeito e nos trejeitos. O uso em vão do nome de Iris é a máscara que não engana o cidadão e o eleitor goianiense. Iris sempre foi leal e verdadeiro com os goianienses. Um homem de caráter. A relação mútua sempre foi de pura e longeva honestidade. Desonestidade não faz o gestor nem a cidade.
“Goiânia tá ficando no jeito
e o coração mal cabe no peito”
Salve, salve André Pupulin!
* Texto publicado pelo Diário de Goiás