Nada demais o prefeito Rogério Cruz contratar um marqueteiro para orientar seus passos na gestão e na sua estratégia política daqui pra frente. Mas, ao anunciá-lo com pompa, em um domingo à tarde, depois de uma reunião de alinhamento com secretariado, ele passa uma mensagem clara: apesar de desistirem pra ele, ele mesmo não desistiu de arriscar-se nas urnas em outubro. Vai para a reeleição.
Nos bastidores, Rogério avisou mais: agora vai seguir as orientações que lhe foram dadas. Quando outro marqueteiro, Jorcelino Braga, assumiu sua pré-campanha e também a orientação interna da comunicação, o dilema era exatamente este. E a ponderação foi anotada aqui: pra dar certo, ele teria que ouvir e fazer o que Braga dissesse.
Braga fez movimento igual ao assumir a missão de melhorar a imagem do prefeito e reelegê-lo. Chamou os secretários, indicou um discurso uníssono e depois foi conversar com cada um em particular. Por fim, entregou um documento ao prefeito com diagnóstico e diretrizes. A partir daí, era com Rogério Cruz. E foi Rogério Cruz que traçou seu destino desde então. E antes, claro.
A ênfase está no fato de que ali foi um divisor. Havia tempo. Bastaria disposição. Agora, o tempo é mais curto. Logo, a disposição terá que ser maior. Será que será? O que será, depende de Rogério Cruz e de Deus mais do que de qualquer marqueteiro. E nenhum reparo ao profissional, Paulo Moura. O reparo está no óbvio: uma estratégia, por mais acertada que seja, não se cumpre sozinha. Falamos de Rogério, mas vale para todo o resto: sua equipe seguir no rumo, e não cada um por si, como se viu até agora.
Rogério já avisou que não é carta fora do baralho. Agora é vê-lo jogar.