Boa gestão não é o que parece

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Não basta entender o eleitor, é preciso sentir a sua dor. O que se passa no coração da mãe que não consegue matrícula para seu filho na escola do bairro, ou que vive o pesadelo de nem ter uma creche próxima de onde trabalha, ou ainda que não encontra médico no posto, é mais importante do que planejar o futuro da cidade porque sem o sentimento dessa mãe futuro nenhum valerá a pena se não tiver coração.

Bom gestor (boa gestora) não é o que planilha, é a capa. De se colocar no lugar do outro e da outra pra absorver desde a raiz da alma o que se passa na superfície do dia a dia. Boa gestora (bom gestor) compreende, acolhe, tem empatia e sensibilidade na hora das tragédias, e antes, na prevenção, no dia após dia dos dias difíceis da vida dos cidadãos do centro e da periferia.

Competência empresarial sem espírito público talvez até faça uma cidade maior; melhor, raramente. Quando as pesquisas qualitativas apontam que a população quer um bom gestor, não tá falando de sabedoria social, capacidade de ver, ouvir e traduzir em conquista para todos o que é demanda e desejo de cada um. Cada um faz toda a diferença na soma geral da vida em comum.

Gestão que importa não é espetáculo à parte, ou picadeiro de influenciar. Separar os grandes dos engraçadinhos não é obra para algoritmo. Perigo corre a gente que vota em um nome e é governada por seu ego. As dores da população se sentem no ar, no papo sincero, na humildade dos grandes gestos humanos. Boa gestão não é o que parece; é a que é. As grandes obras ficam; os transtornos desumanos passam, mesmo que eventualmente cheguem lá.

Depois da eleição

O que Lula fez por seus candidatos em Goiás? O que Bolsonaro fez? O que Caiado já fez? O que vão fazer? Essa é uma discussão sem fim no Estado. E continua questão menor diante do que importa: o que os seus candidatos estão fazendo por si próprios?

Volto sempre nesse assunto porque me espanta como a pauta de especulação nacional ocupa mais espaço no imaginário e no noticiário do que a urgência local.

Como se aquele ou aquela que ganhar pudesse prever um governo sem a existência dos perdedores. Eleitores votam, não perdem nem ganham. Passada a eleição, somos todos públicos e democráticos. Ou não?

*Texto publicado pela Tribuna do Planalto

Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação Pública de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).
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